Maior superávit na balança comercial desde 2006 é alcançado com forte aumento nas exportações de milho e petróleo.
O superávit na balança comercial começou em 2023 com o melhor resultado em 17 anos para janeiro, graças ao excelente desempenho da safra de milho e às exportações de petróleo. No mês passado, o país teve uma diferença positiva de US$ 2,716 bilhões na comparação entre o que exportou e o que importou, superando o déficit de US$ 58,7 milhões registrado em janeiro de 2022. Este é o resultado mais expressivo para janeiro desde 2006.
O Brasil vendeu US$ 23,137 bilhões para o exterior e comprou US$ 20,420 bilhões em janeiro deste ano. As exportações subiram 11,7% em relação a janeiro de 2022, baseado na média diária, e bateram o recorde histórico desde 1989. Já as importações caíram 1,7% na média diária, mas subiram 2,3% no valor absoluto, devido ao maior número de dias úteis em janeiro de 2023. Este mês também foi recorde em importações.
A maior quantidade de mercadorias exportadas, em média 9,5% a mais do que em janeiro de 2022, foi o principal fator para o recorde de exportações, e não os preços internacionais. Neste mês, os preços médios aumentaram 5,6%.
Setores
No agropecuário, a valorização de commodities (produtos primários com preço internacional) foi o principal impacto nas exportações. O preço médio subiu 12,4% em comparação com janeiro de 2022, enquanto o volume de mercadorias enviadas aumentou 2,2%. Na indústria de transformação, houve um aumento de 5,1% no volume exportado, com um aumento de 6,9% no preço médio.
Na indústria extrativa, que inclui a exportação de minerais e petróleo, houve um aumento de 31,8% na quantidade exportada, mas um declínio de 3,1% nos preços médios em relação a janeiro de 2022.
O petróleo bruto liderou o aumento das exportações, com um aumento de 49,8% no volume exportado e uma queda de 2,8% nos preços. Isso foi devido ao retorno da produção da Petrobras. Depois de um ano de aumentos consecutivos, os preços do petróleo começam a desacelerar devido aos efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de COVID-19, que já foram refletidos nos preços.
Em comparação com janeiro de 2022, os produtos mais destacados nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (+163%) e sementes oleaginosas de girassol, gergelim, canola, algodão e outros (+732,3%). As quedas mais significativas foram na soja (-61,1%) e no algodão bruto (-41,5%).
Na indústria extrativa, os maiores aumentos ocorreram nas exportações de outros minerais brutos (+151,1%), minérios de cobre e seus concentrados (+129,5%) e óleos brutos de petróleo (+45,6%). Na indústria de transformação, as maiores altas foram nas aeronaves, incluindo componentes (+364,4%), açúcares e melaços (+67,5%) e carnes de aves (+35,8%).
Quanto às importações, as maiores quedas foram no milho não moído, exceto milho doce (-20,8%), soja (-34,8%) e látex (-31,4%) na agropecuária; minérios de níquel e seus concentrados (-55,7%), carvão (-34,5%) e gás natural, na indústria extrativa; e combustíveis (-12,4%), equipamentos de telecomunicações (-15,7%) e válvulas e tubos termiônicos (-12,3%), na Indústria de transformação.
Estimativa
Diferente do comum, a Secretaria de Comércio Exterior não anunciou uma previsão para o resultado da balança comercial neste ano. Costuma-se revelar as projeções a cada começo de trimestre. O Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada semanalmente pelo Banco Central, prevê um superávit de US$57,6 bilhões este ano.
Fonte: Comex do Brasil
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